Qual o futuro do home office?

Com o fim das restrições impostas pela pandemia, muitos buscam retomar a vida pré-20202. Porém, alguns aspectos, como a forma de trabalhar, foram alterados para sempre. Veja quais as possibilidades para o trabalho pós-pandemia

Depois de mais de dois anos em casa por conta da pandemia do coronavírus, as pessoas começaram a retomar o ritmo normal, com a diminuição das restrições, liberações de viagens e uso de máscaras. Enquanto a população comemora a queda de casos graves e mortes, levando a uma realidade mais próxima aos tempos pré-pandemia, alguns hábitos criados ao longo desse período agora começam a ser postos em dúvida. Um deles é o futuro do home office.

Para as pessoas que não precisavam trabalhar presencialmente, a casa virou o escritório, criando uma nova rotina. No começo a adaptação não foi fácil, com conciliação de família e tarefas domésticas com o dia a dia de trabalho. Porém, dois anos depois, essa parece ser uma realidade atrativa para muitas pessoas.

Além da possibilidade de fazer as tarefas de qualquer lugar, o home office permite fugir da famosa hora do rush, enfrentando o transporte cheio e o trânsito. Muitas pessoas também conseguiram conciliar a carreira com atividades físicas, cursos e até adquiriram novos hábitos (quem não passou pela fase de fazer o próprio pão que atire a primeira pedra!).

Mesmo com as dificuldades iniciais, como instabilidade na conexão e adaptações à plataformas de vídeo, que renderam inclusive muitos memes, fato é que o home office pegou. Segundo o estudo “O futuro da vida no trabalho”, realizado pela Sodexo, 92% dos brasileiros querem continuar trabalhando de casa.

Por outro lado, conciliar a jornada de trabalho com a doméstica pode levar a mais horas trabalhadas, já que fica mais difícil ver a linha que divide o fim do expediente e começo do descanso quando não se bate o ponto e sai do escritório.

Esses apontamentos levam a um cenário dividido: enquanto algumas empresas se preparam para retornar para o espaço físico, outras apostam na permanência do modelo remoto, ou então de uma opção híbrida, que inclua os dois. Segundo a pesquisa FIA Employee Experience, 70% das empresas afirmam que não devem manter a prática de trabalho remoto após a pandemia ou irão limitá-la a 25% de seus funcionários ou menos.

Modelo híbrido

Atualmente, o modelo que parece fazer mais sentido, aplicado na maioria das empresas que manteve os funcionários em home office, é o híbrido. Com dias em casa e outros presenciais, a experiência busca aliar o desejo de parte das pessoas por flexibilidade, com a necessidade de retomar o contato direto.

Segundo pesquisa publicada no Valor Econômico, 77,7% dos participantes afirmam que suas empresas seguirão esse modelo no pós-pandemia. Essa realidade, inclusive, já tem impacto nos direitos trabalhistas. Uma MP (medida provisória) publicada no final de março prevê o modelo híbrido dentro do teletrabalho, flexibilizando a jornada, ampliando a regulamentação em relação à horas extras, e outros benefícios.

Para as empresas que ainda não decidiram que caminham seguirão, especialistas apontam que ouvir a equipe é essencial antes de tomar uma decisão. Antes de decidir quando e que modelo seguir, é importante que os funcionários sejam consultados, evitando frustrações e diminuição da produtividade.

E qual o futuro do home office?

A respostas para essa questão ainda não é definitiva, mas os últimos dois anos mostraram que é possível trabalhar – e ser produtivo de casa. Em algumas áreas, como de tecnologia, o futuro é remoto ou híbrido, assim como em grandes empresas, que conseguem fornecer ferramentas adequadas e adaptar melhor suas equipes. Já em companhias menores, o modelo presencial pode predominar.

Algumas pessoas, inclusive, aproveitaram o período para mudar de cidade – e até de país, e esse retorno parece fora da realidade atual. Já no lado das corporações, manter o modelo remoto permite ampliar a busca por alentos, que deixa de ter limitações geográficas.

A verdade é que, embora muitos busquem uma vida normal que se assemelhe ao período pré-pandemia, algumas coisas sofreram mudanças definitivas, e o trabalho é uma delas.