Com as transformações sociais causadas pela pandemia de coronavírus e a apreensão em relação ao surto da doença, diversas metrópoles ao redor do mundo têm visto um esvaziamento, mesmo que temporário, da sua população.
Embora alguns especialistas e representantes do setor imobiliário afirmem que ainda é cedo para indicar a existência de um êxodo urbano, dados do Grupo ZAP, responsável por marcas como ZAP e Viva Real e Conecta Imobi, indicam um aumento expressivo na busca por imóveis no interior de São Paulo (estado mais populoso do país) nos cinco primeiros meses de 2020.
A procura por imóveis nas cidades com mais de 100 quilômetros de distância da capital subiu 340% na comparação entre o mês de janeiro, antes da pandemia chegar ao Brasil, para o mês de maio, quando as medidas de isolamento já haviam sido amplamente adotada no país. A busca por casas em condomínios, bairros ou chácaras representavam 0,5% do total na plataforma no primeiro mês do ano, já em maio o percentual subiu para 2,2%.
No mesmo período, a busca por apartamentos na cidade de São Paulo registrou recuo de 1,7%. Segundo o ZAP, os compradores estão procurando imóveis maiores, que são mais baratos fora da capital, o que explica a queda na busca por apartamentos na maior cidade do país, que são mais caros e menores.
A interiorização não é um fenômeno novo no país. Ela já vinha acontecendo nos últimos anos, com uma forte migração de pessoas para as cidades das regiões metropolitanas ou num raio de até 100 km da capital, segundo o vice-presidente do Interior do Secovi-SP, Frederico Marcondes César.
Entre os fatores que explicam o fenômeno, Marcondes cita: o investimento em infraestrutura, que melhorou as vias de acesso às cidades mais distantes da capital; o crescimento do parque industrial de municípios do interior (especialmente no caso do estado de São Paulo), com a ajuda de incentivos fiscais para criar um ambiente mais produtivo; e o custo menor e qualidade de vida maior de cidades pequenas.
“O interior oferece essas vantagens e, agora com a pandemia, as pessoas estão pesquisando e vendo que é possível trabalhar à distância, portanto, elas podem optar por uma vida mais barata e distante do ponto do trabalho, porque isso não acarretará em nenhum prejuízo na sua atividade profissional”, reforça Marcondes.
Essa busca por mais qualidade de vida, inclusive, é muito percebida entre os millenials, a geração dos nascidos entre as décadas de 80, 90 e início dos anos 2000. Jornais estrangeiros dizem que eles têm encabeçado a saída dos grandes centros em busca de uma vida melhor e mais barata em regiões periféricas.
Além disso, diversas pesquisas mostram que esses jovens, que hoje estão chegando na vida adulta, priorizam o bem-estar ao tomar decisões. E, por mais irônico que seja, as mudanças provocadas pela pandemia podem ter mostrado os caminhos para alcançar uma vida mais confortável no futuro.
Por Pablo Santana
A GMF Participações Ltda – www.gmfltda.com.br ,possui imóveis em Condomínio fechado como Alphaville Castelo e City Castelo com as características citadas no texto.
Crédito:
Matéria publicada pela InfoMoney em 11/06/2020