O e-commerce segue crescendo no brasil, mas as lojas físicas continuam relevantes. veja como alinhar os dois modelos, criando uma operação integrada
Já ficou claro que o consumidor – no Brasil e no mundo, está adaptado ao digital. As vendas via e-commerce seguem crescendo e, ano a ano, apresentam recordes de vendas e valores. Quem ainda não se sentia à vontade para comprar on-line perdeu esse receio nos últimos dois anos, e chegamos ao final de 2021 com um cenário recorde: o e-commerce teve um faturamento de R$ 161 bilhões no ano, um crescimento de 26% em comparação a 2020. Para 2022, esse número ainda deve aumentar, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), fechando o ano com R$ 169 bilhões de faturamento.
Essa realidade é positiva para quem investe no comércio eletrônico, mas pode soar um alarme para quem ainda aposta só em pontos físicos. A pandemia acarretou no fechamento de inúmeras lojas, que precisaram do digital para sobreviver. Agora, com a reabertura, gera uma dúvida: vale a pena seguir investindo em lojas físicas?
A resposta simplificada é: sim! Embora novos consumidores sigam atentos a formas de facilitar suas compras via internet, o comércio físico não deve ir para lugar nenhum. Um dos pontos que devem ser considerados é o poder aquisitivo.
Grandes centros comerciais atraem público que ainda prefere economizar, ao invés de esbanjar no frete para receber em casa na hora mais conveniente. Além disso, velhos hábitos não morrem fácil, e o passeio no shopping, ou pelas ruas, para fazer compras ainda é muito comum.
Portanto, é possível assegurar que a versão física do comércio seguirá relevante. Empresas que nasceram no ambiente digital também estão apostando no espaço físico, como a Amaro, Mobly e Wine. Um estudo da Euromonitor aponta que, até 2024, 78% das compras realizadas no mundo serão em ambientes presenciais.
O melhor dos dois mundos
O que acontece, então, quando o físico e o digital se unem? Surge o “figital”. O termo ainda não é tão disseminado, mas seu conceito é bem simples: uma operação que une o on-line e off-line.
Os consumidores têm a opção de passar por diversos canais antes de concluir a compra, e isso pode incluir pesquisar na internet antes de visitar a loja física, ou ver o produto presencialmente, mas optar pela compra digital.
Mas, mais do que isso, o conceito está alinhado ao omnichannel, ou seja, a integração dos canais de compras disponíveis para os clientes. Isso exige investimento em tecnologias que possibilitem essa integração, e um cuidado maior no relacionamento com o cliente. Isso inclui também o marketing digital e as redes sociais, que devem estar integradas, servindo como canal de venda e de comunicação direta com os clientes.
Além disso, a loja física pode ser mais do que apenas um ponto de venda. O aspecto sensorial e visual ainda são um grande atrativo, já que as pessoas que podem ver os produtos, sentir sua textura, experimentar as peças. Os espaços presenciais também servem como um hub, um ponto de estoque, permitindo que um cliente retire uma compra onde for mais conveniente, ou visite a loja onde pode encontrar e retirar seu produto na hora. A verdade é que, com os avanços tecnológicos, surgiram muitas novas formas de comprar, e os consumidores querem usar todas que lhe convém, seja na loja física ou virtual.