Com as mudanças dos últimos anos, o mercado imobiliário passa por um processo de adaptação, tanto de empresas que buscam novos formatos de trabalho, quanto de pessoas que querem mais qualidade de vida. Entenda como isso afetará o setor em 2023
O setor de imóveis sofreu grandes transformações nos últimos anos, incentivado principalmente pela pandemia. No campo residencial, o perfil de imóveis buscado mudou para acomodar a realidade de passar mais tempo em casa, e no comercial, novos modelos de negócio também alteraram o panorama.
Com isso, novas tendências do mercado imobiliário surgiram, e em 2023 vemos novos padrões aparecerem. Um levantamento do Zap Imóveis indica que as famílias buscam mais espaço e conveniências em casa.
Os dados apostam que a maioria das pessoas que buscam uma nova moradia desejam espaços com três dormitórios e média de 90 m² a 119 m². Além disso, conveniências como churrasqueira, piscina e salão de festas são levados em consideração na tomada de decisões.
Ainda segundo o Data Zap, imóveis com varanda e sacada é o principal desejo dos consumidores. Entre os jovens, há ainda a necessidade de ambiente para fazer um escritório em casa.
Já entre a localização dos imóveis, dois padrões tomaram força, e continuarão se destacando em 2023: a busca por proximidade dos grandes centros e a fuga para o interior. Em alguns casos, famílias ou pessoas que moram sozinhas, optaram por ficar próximas dos centros e dos acessos ao transporte público, escolhendo imóveis menores e microapartamentos.
Por outro lado, algumas famílias viram no home office uma oportunidade para fugir das capitais, e adotar um estilo de vida mais barato, seguro e confortável no interior. No estado de São Paulo, por exemplo, a busca por imóveis no interior do estado aumentou em 2022.
Mercado imobiliário comercial
Enquanto no primeiro semestre de 2020, com o alto isolamento em todo país, a venda de imóveis residenciais aumentou, o mesmo não pode ser dito dos comerciais. As restrições aumentaram a vacância e apresentaram um cenário difícil para o segmento.
Por outro lado, outros setores da economia que prosperaram conseguiram aumentar a ocupação de alguns tipos de imóveis, como os galpões. Isso porque o comércio eletrônico passou por uma grande alta no período, gerando a necessidade de operações logísticas maiores e mais espaço de armazenamento.
Com a lenta retomada do presencial, os imóveis comerciais voltaram a ser ocupados e os índices melhoraram. Com isso, o ano de 2022 se encerra em recuperação. Só na cidade de São Paulo, a locação de escritórios cresceu 29,7% no 3º trimestre, em comparação com o mesmo período de 2021, segundo o Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis).
Ainda de acordo com os dados do sindicato, na região dentro de um raio de 120 km da capital, os condomínios logísticos tiveram aumento de 6,8% no índice de locação no mesmo período. Os principais setores a impulsionar essa melhora foram o de logística e transporte, comércio (físico e on-line) e químico.
Tendências do mercado imobiliário
Espaços maiores
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Passando tanto em home office, as pessoas vão buscar mais espaço. Mas, além disso, até no âmbito comercial essa característica será importante. A sensação de confinamento faz com que as pessoas desejem amplitude, e os escritórios e ambientes comerciais terão que acompanhar esse movimento e buscar ambientes maiores.
Escritórios compartilhados
O coworking cresce a passos largos no Brasil. Para as empresas, é uma forma de reduzir custos e manutenção, e se adequar aos novos formatos como o híbrido. Para quem possui um imóvel, é uma oportunidade de ampliar a renda e evitar que o espaço fique vazio.
Essa tendência não acontece só nas grandes cidades, e hoje cidades menores começam a perceber o potencial desse formato.
Descentralização comercial
Em geral, estamos acostumados a percorrer bairros e regiões que concentram áreas comerciais. Isso está mudando e vai continuar assim. Esses ambientes estão mais espalhados pela cidade, priorizando a proximidade de casa, ou saindo das grandes áreas de movimento nas vias. Da mesma forma, a saída dessas cidades também é uma realidade. Antes resistentes às mudanças, as famílias agora se sentem mais à vontade para mudar de cidade em busca de qualidade de vida, e os imóveis comerciais podem absorver esse movimento, fazendo da migração uma tendência do mercado imobiliário em 2023.