Com o crescimento constante do comércio eletrônico e o aumento das vendas nas lojas físicas, a tendência é unir os dois conceitos e não perder oportunidades de vendas. Conheça esse modelo, chamado de phygital, e saiba como aplicá-lo.
O cenário do varejo tem passado por inúmeras transformações nos últimos anos, aceleradas, principalmente, pela pandemia. Mas o mercado já dava sinais de mudança antes disso, e hoje percebemos o comércio eletrônico dominando o cenário. Com o fechamento temporário das lojas, parecia que o comércio físico ia ficar para trás. Mas, com a recuperação em 2022, ficou claro que isso não é verdade.
Já em fevereiro de 2022 as lojas tiveram aumento de 28% no fluxo, segundo o Índice de Performance do Varejo (IPV). O faturamento também voltou a subir 28% nas lojas de rua. Esses números, aliados ao crescimento do e-commerce, indicam uma nova direção para o varejo: o modelo “phygital”.
O termo une as palavras em inglês “physical” e “digital” e descreve a junção desses dois canais como uma evolução do modelo de negócios. Nem sempre o digital é a ferramenta mais atrativa, como na hora de comprar roupas, por exemplo. Segundo uma pesquisa realizada pela MindMiners, há fatores decisivos para os consumidores comprarem fisicamente, como a possibilidade de experimentar os produtos, a economia com frete e a facilidade de troca e devolução.
Por outro lado, o on-line oferece atrativos como pesquisa de preços e evita o deslocamento até um ponto físico. Portanto, a tendência daqui para frente será aliar os dois conceitos, criando o phygital.
Por que ser phygital?
Já vimos que os consumidores veem vantagens nos dois formatos, portanto oferecer ambos é uma estratégia para fidelizar clientes e aumentar as vendas. Mas há muitos outros benefícios em adotar o modelo, como, por exemplo, facilitar vendas complexas.
Talvez os clientes não pensem muito antes de comprar uma blusa nova, mas um perfume importado? Uma jóia? Um novo eletrodoméstico? Esses itens raramente são comprados impulsivamente, e há muita pesquisa e análise antes de tomar a decisão. Aliar o físico com o digital permite agilizar essa escolha, já que o consumidor poderá se apoiar nos dois formatos antes de tomar uma decisão.
Como ser phygital?
Conecte os canais, deixe claro para os consumidores que eles têm opções. Isso pode ser feito, principalmente, através de estratégias de marketing digital. É por meio da comunicação que os potenciais compradores vão saber o que há disponível na loja e no e-commerce. Use os canais digitais para promover o espaço físico, e vice-versa.
Por exemplo: ofereça um brinde caso a compra seja retirada na loja. Para quem vai à loja, pode ter um cupom com desconto na primeira compra on-line. O mais importante é que o consumidor entenda que ele pode acessar sua marca da forma que quiser.
Não durma no ponto
O ponto físico, como vimos, não vai acabar, mas deve se transformar. Portanto, pense bem na localização do estabelecimento. Antes de escolher um imóvel comercial, é preciso levar em conta inúmeros fatores, incluindo acesso dos clientes, bairro, concorrência, etc. O espaço presencial será importante para fidelizar o cliente e se somar à experiência digital. O que a loja pode oferecer que o e-commerce não consegue? Aposte em uma boa decoração, espaço para provar (caso atue com moda) e, em alguns casos, mantenha um estoque que atenda o digital, permitindo que a pessoa compre pela internet, e retire no ponto físico.
Crie uma experiência
Outra característica das transformações dos últimos anos é o fato de que muitas pessoas passaram a trabalhar de casa. Isso significa que a hora de sair para fazer compras pode ser um momento especial e o espaço físico se torna um ponto de encontro. A marca brasileira de cosméticos Kapeh, por exemplo, criou um conceito diferente para suas lojas. Especializada em produtos feitos de café, ela apostou em uma cafeteria, que fica lado a lado com as prateleiras de cremes. As pessoas até podem comprar on-line, mas visitando o espaço, aproveitam para tomar um cafézinho. Confira:
O phygital veio para ficar, e, embora a palavra ainda não esteja tão disseminada, o conceito já é uma realidade no varejo. Não há porque escolher, quando há tantos canais – físicos e digitais, à disposição.