No dia 16 de novembro de 2020, o Pix começou a funcionar plenamente em todas as instituições e ficou disponível para todas as pessoas que se cadastram no sistema. Estamos falando daquela que é, sem dúvida, uma das maiores inovações do setor bancário das últimas décadas.
O Pix é um novo sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, cuja expectativa é remodelar o cenário de transferências e pagamentos do país.
Para que se tenha noção da dimensão da novidade, no final de outubro, antes mesmo de começar a funcionar, o número de cadastros do Pix já ultrapassava a marca de 50 milhões. Como uma semana de uso, eram quase 80 milhões.
Na véspera de completar uma semana de operação, o Pix ultrapassou o montante de transações diárias por DOC, superando os R$ 65 milhões. A expectativa do Banco Central é que o sistema em pouco tempo alcance os números das operações via TED.
Barato, seguro e moderno, o Pix oferece funções de transferência e pagamento 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive feriados, ao contrário das modalidades TED e DOC.
E isso tudo sem necessidade de utilizar cartões, cheques ou maquininhas, uma vez que é possível integrar o Pix com o smartphone. Sem falar na rapidez inédita – em até 10 segundos o recebedor terá o dinheiro em sua conta.
Como funciona o Pix
Fazendo tudo em tempo real, o Pix inaugura uma via direta que conecta a conta de origem à conta destino, sem a necessidade de intermediários (banco emissor de cartão, dona da maquininha, bandeira de cartão). Isso significa dizer que, na hora de fazer uma transferência ou comprar um produto, não importam os bancos envolvidos.
As mudanças trazidas pelo Pix são significativas principalmente para empreendedores e pequenos empresários, uma vez que as taxas de adesão são mais baixas do que as de outras mídias eletrônicas. Além disso, como os recursos estão disponíveis instantaneamente, há uma tendência de redução das necessidades de crédito, bem como uma simplificação da automação e verificação de pagamentos.
O funcionamento do Pix é bastante simples. Basta cadastrar “chaves”, que funcionam como “apelidos” para identificar a conta do titular. Elas podem ser CPF ou CNPJ, e-mail, número de celular ou uma chave aleatória. Para realizar uma transferência ou pagamento, basta informar uma dessas chaves, em vez de se preocupar com banco, CPF, nome completo, agência e número da conta.
Como usar o Pix no seu negócio
Empreendedores na pessoa física, MEIs e pequenas empresas estão habilitados a usar o Pix. O cadastro é o mesmo para pessoas físicas e jurídicas. Basta ter uma conta transacional (conta corrente, poupança ou de pagamento) em um prestador de serviços financeiros (banco, corretora, fintech).
Conforme a regulamentação do Banco Central, todas as participantes do sistema são obrigadas a mostrar a opção “Pix” no menu de suas plataformas (app ou internet banking). No cadastro, basta informar as chaves que você quer utilizar – enquanto pessoas físicas podem ter até 5 chaves, pessoas jurídicas cadastram até 20.
Além da transferência bancária imediata, também é possível fazer pagamentos pelo Pix através do escaneamento de QR Codes – podem ser estáticos, indicados para microempreendedores e pequenos varejistas, ou dinâmicos, preferenciais para negócios com operações mais complexas, como no e-commerce.
O segundo passo é divulgar o Pix para os seus clientes. Seja para o caso de estabelecimentos físicos, seja para o caso de frentes digitais, destaque o Pix como primeira opção de pagamento. Para pequenos comerciantes, prestadores de serviços, bares e cafés, uma boa estratégia é imprimir QR Codes estáticos para deixar no ponto de venda, ou mesmo na comanda de pagamento.
Outra boa estratégia para estimular o uso do Pix é criar descontos, como acontece muitas vezes quando o pagamento é feito em dinheiro. A lógica por trás da dinâmica é repassar para o cliente uma parcela dos ganhos, afinal a tarifa cobrada será menor e o dinheiro estará imediatamente disponível em conta.
Como estamos falando de uma novidade, o mais importante é se manter informado sobre o funcionamento e as facilidades desse sistema – o Pix chegou para mudar a forma como realizamos transações e pagamentos no Brasil. Daqui para a frente, pode apostar: veremos cada vez menos dinheiro e maquininhas de cartão.