Microempreendedores dedicam tempo e dinheiro em estratégias de venda, deixando de lado o controle financeiro. Confira algumas dicas para fazer isso de forma fácil, evitando deixar a conta no vermelho
Quem se torna um microempreendedor no Brasil busca, principalmente, um retorno rápido nas vendas. A ideia de sair da informalidade e montar um negócio atrai mais de 1 milhão de novos empreendedores anualmente, muitos dos quais perderam o emprego nos últimos anos, ou decidiram, enfim, apostar no próprio negócio.
O modelo de MEI se tornou atrativo por evitar a burocracia e oferecer benefícios e, em poucos passos, é possível formalizar um empreendimento e começar a atrair clientes. Mas, além das vendas, é preciso pensar nas estratégias financeiras, não só para controlar o que entra e sai, mas também para garantir investimentos que permitirão que o negócio evolua.
Menos burocracia não significa menos planejamento, e as planilhas e fluxo de caixa são essenciais para evitar crises financeiras e manter a empresa no azul.
Fluxo de caixa
A primeira dica para desenvolver uma estratégia financeira é criar um fluxo de caixa. Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), para começar é preciso inserir o saldo inicial, somado aos recebimentos (vendas, empréstimos, etc), seguido de todas as despesas, incluindo pagamentos fixos, como funcionários e aluguel, até gastos esporádicos.
Além do controle entre o que entra, o que sai, e o lucro, esse fluxo permite fazer uma previsão dos gastos seguintes – e auxilia até nas estratégias de vendas e marketing para os próximos meses.
Tudo isso pode ser feito em uma planilha no Excel, como este modelo do Sebrae. E existem também aplicativos e programas, como o Controlle, que ainda tem outras opções administrativas que ajudam no negócio. Outra sugestão é o Asaas Money, que funciona como uma carteira, contabilizando as vendas. Uma terceira sugestão é o Somei, que tem uma versão básica gratuita – ótimo para quem está começando e não tem como investir em softwares mais complexos.
Conta bancária própria
Quem está começando, ainda mais os MEIs que contam com apenas um ou dois colaboradores, às vezes não veem necessidade de criar uma conta bancária para pessoa jurídica, mas isso pode ajudar, e muito, no controle financeiro.
Quem trabalha de casa e recebe direto na conta corrente, pode facilmente misturar os gastos pessoais e empresariais. Com isso, o fluxo de caixa fica comprometido, e não é possível saber exatamente o lucro da empresa, ou os gastos com fornecedores. Existem bancos on-line com taxas baixas ou nulas, que podem servir inicialmente para esse propósito.
Outra dica é definir um salário próprio, pelo menos no começo. Sabemos que a ideia de ser um empreendedor e seu próprio chefe significa aumentar os ganhos, mas, principalmente na fase inicial, é importante conter o ganho pessoal, justamente para manter o caixa no azul e permitir gastos com o empreendimento que possibilitem seu crescimento.
Defina um capital de giro
Quando sua planilha estiver completa, com todas as informações corretas, uma das informações que você será capaz de analisar é o capital giro. Esse valor é referente ao dinheiro necessário para a empresa continuar funcionando, ou seja, gastos com funcionários, impostos, fornecedores, etc. Somente com um bom controle é possível saber qual é esse valor, e assim se planejar para tê-lo em caixa.
Busque mais conhecimento
Quem está debruçado em um negócio pode mergulhar de cabeça em seu produto e solução, buscando formas de aprimorá-lo e vendê-lo. Mas não se esqueça de dedicar algum tempo para aprender mais sobre a parte administrativa, inclusive a gestão financeira. Parece ser muita coisa para se atentar de uma vez, mas quanto mais você souber, será capaz de tomar melhores decisões.
Busque cursos on-line e gratuitos sobre o tema, acompanhe perfis que tratem do tema nas redes sociais, e tenha algum contato contábil, como um contador, que possa ajudar e tirar dúvidas. Assim, suas estratégias financeiras têm mais chance de dar certo e seu negócio, de crescer.